(Photo LOF - le zeste de cette lime évoque la Bergamote en moins amère, la pulpe est incroyablement douce à maturité)
Article paru dans le mensuel portugais "Jardins"
La limette douce (c. limetta ou c. limettioides, joli nom depuis l’indien de Mndimu Mtamu en Swahili du Mozambique – voir la bonne fiche de Purdue Univ.) ressemble à un citron mais sa chair est douce : acide citrique < 0.1% contre 6% pour une lime ordinaire, pH neutre.
(Photo LOF - confite au sucre)
D’où vient-elle?
nul ne sait.
En anglais son nom est indian sweet lime, mais le fruit est typiquement méditerranéen depuis le moyen age.
Elle est décrite en Italie à la fin du XVIeme siecle (par Agostino Gallo et Jean de Clamorgan en 1588) comme « aussi douce que l’orange », et en Espagne la même année par Francisco Diaz dans un livre sur les calculs rénaux.
Ces deux indications montrent que la lime douce n’était pas uniquement un arbre décoratif, contrairement à ce qu’on lit souvent.
Oui, les Médicis aimaient la regarder, mais elle était bien cultivée pour être mangée.
On la mangeait, on la buvait, on la confisait au sucre ou au sel.
On la donnait aux malades, cela se fait toujours en Iran, contre la grippe.
On en fait encore des soupes dans le Yucatan, en Inde on met le jus sur l’ananas, au Moyen Orient on la donne comme sucette aux enfants et elle accompagne les salades de fruits.
En Alentejo… je mets le jus sur mes fraises.
(Photo LOF - elle a la taille d'une lime de Perse version douce et plus spherique, les fruits peuvent être seuls ou en grappe, la production se fait à l'année longue)
Le meilleur fruit du Portugal
Elle est bien présente depuis longtemps dans le sud Portugais.
Au XVIIIeme siècle, Frère Bernard Faucon, la signale comme courante à Santiago de Cacem.
Dans un Mémoire à l’Academia Real das Sciencias de Lisboa sur Montemor o Novo (1817), Joaquim Jose Varella écrit « Ha … uma Aldeia, chamada de S. Tiago do Escoural… Ahi se achão, além das especies acima ditas, toranjas, cidras, limas, e limões de Santa Helena : de todas as fructas de espinho , de que abunda este bello e agradavel sitio, he preferivel o limão doce , que pode dizer-se o melhor do Reino ».
En 1822 Risso décrit 8 variétés de lime douce (l’ordinaire, la petit fruit, l’espagnole, la romaine…et la pomme d’Adam « on peut voir comme la cicatrice des dents d’Adam sur l’écorce du fruit »).
La Gazette de Lisboa parle en 1826 d'une maison noble de S. Domingos de Bemfica avec des limes douces.
Au début du XIXeme siècle, la lime douce est si estimée qu’on l’acclimate au Cap Vert et au Brésil où une chanson dit :
« Vinde cá, meu limão doce,
Saboroso no comer,
Não descubras meu segredo
Que só a ti dei a saber...»
"Viens ici ma lime douce si savoureuse à manger
et grade bien mon secret qu'à toi seule j'ai donné"
Et puis la lime douce tombe dans l’oubli, nombreux auteurs ignorants la qualifient d'insipide.
Il y a 30 ans, les Californiens ont renoncé à la cultiver industriellement pour faire de l’essence à parfumerie.
On trouve encore en Italie les variétés "bergamote de Tunisie", "Lime douce de Palestine".
Par hasard, j’ai trouvé une lime douce à fruits longs en Andalousie.
(Photo LOF - l'arbre est aussi grand qu'un bergamotier avec une feuille un peu plus petite)
Pourquoi cultiver la lime douce ?
L’arbre est productif, vigoureux, bien parfumé, il fleurit toute l’année, même résistance au froid que le citronnier.
La vraie raison de la cultiver est le plaisir de voir la tête des enfants et des amis quand vous leur demandez de manger ce citron que vous aurez pelé devant eux.
En suite de note version portugaise de ce texte
A Lima doce (Citrus limetta ou Citrus limettioides), com o bonito nome moçambicano de ‘Mndimu Mtamu’ em swahili, assemelha-se a um limão, mas a sua polpa é doce, sem nenhuma acidez : Ácido Cítrico inferior a 0,1 % ao contrário do limão comum que tem cerca de 6%.
O pH é neutro.
Qual é a sua origem?
Não se sabe.
Em inglês o seu nome é “indian sweet lime”, mas o fruto é tipicamente mediterrânico desde a Idade Média. É descrito em Itália, no final do séc. XVI (por Agostino Gallo e Jean de Clarmorgan em 1588) como «tão doce como a laranja» e em Espanha, no mesmo ano por Francisco Diaz num livro sobre cálculos renais.
Estas duas referências mostram que a lima doce não era unicamente uma árvore decorativa, contrariamente ao que se dizia com frequência.
Sim, os Médicis gostavam de as admirar, mas as árvores eram cultivadas para os frutos serem comidos. Comiam-se, bebiam-se, faziam-se conservas em açúcar e em sal. Dava-se aos doentes como ainda hoje se faz no Irão, contra a gripe.
E no Yucatan sempre se fizeram sopas com este fruto.
Na Índia cobre-se o ananás com o sumo deste limão, no médio oriente dá-se à crianças para chuchar e acompanha as saladas de fruta.
E no Alentejo… uso o sumo sobre os meus morangos.
O melhor fruto de Portugal…
Há muito tempo que pode ser encontrado no nosso país. No séc. XVIII, o irmão Bernard Faucon, assina-la-o como ‘corrente’ em Santiago do Cacém.
Numa memória à Academia Real das Ciências de Lisboa em Montemor-o-novo (1817), Joaquim José Varella escreveu « Há (…) uma aldeia, chamada de S. Tiago do Escoural (…) Ahi se achão, além das espécies acima ditas, toranjas, cidras, limas e limões de Santa Helena: de todas as fructas de espinho, de que abunda este bello e agradável sítio, he preferível o limão doce, que pode dizer-se o melhor do reino ».
Em 1822, Risso descreveu 8 variedades de Lima doce (entre a Ordinária, a de Pequena fruta, a Espanhola, a Romana… e a Maçã de Adão «podemos ver a cicatriz dos dentes de Adão na casca do fruto»).
A Gazeta de Lisboa fala, em 1826, de uma casa nobre em S. Domingos de Benfica que tinha Limas doces.
No início do séc. XIX, a lima doce é tão estimada que é aclimatada em Cabo Verde e no Brasil onde há uma canção que diz assim
‘Vinde cá, meu limão doce,
não descubras meu segredo
que só a ti dei a saber’.
E depois a lima doce cai no esquecimento.
Há trinta anos, os californianos começaram a cultiva-la industrialmente para o fabrico de essências em perfumaria.
Encontram-se ainda em Itália as variedades «bergamoto da Tunísia», «Lima doce da Palestina».
Por sorte encontrei uma lima doce de frutos alongados na Andaluzia.
Porquê cultivar a lima doce?
A árvore é produtiva, vigorosa, bem perfumada. Floresce todo o ano e tem a mesma resistência ao frio que o limoeiro.
A verdadeira razão para o cultivar é ver a cara das crianças e dos amigos quando lhes dizemos para comer um limão que descascamos à sua frente.
Bonjour,
Votre article est très intéressant. Les citrons doux sont hélas introuvables en France.
Pourriez-vous m'envoyer un greffon de votre lime douce à fruits longs ? je suis sur Paris
Merci d'avance
Rédigé par : P. Nahon | 01/05/2011 à 11:11
ola eu estou no Luxembourgo e tenho terrenos no Minho em Portugal e a muito tempo que procuro plantar uma LIMA DOCE mas nao sei onde posso encontrar a planta se alguem me pode-se informar onde poderei comprar a planta para a poder plantar.e se ha limas nao doces .obrigado
Rédigé par : vieira da silva | 18/12/2011 à 10:55
ola Vieira
há diversas variedades de limões doces, sou a crescer três variedades aqui no Alentejo
se você vier com carro,
você pode parar e comprar de Benedicte e Michel Baches
na França, no Eus, perto de Perpignan
http://www.agrumes-baches.com/
sao aqui
http://pack.aspeco.net/baches/1292/boutique/50315/citrus_limon___dulcis_.htm
e também
http://pack.aspeco.net/baches/1292/boutique/46514/citrus_limettioides___lime_de_palestine_.htm
se você vem no Alentejo em 2013
posso enxertar limão doce no próximo ano
Rédigé par : jp | 18/12/2011 à 18:15
Olá!!
Aqui em casa em Ouro Preto/ Brasil, tenho um pé de Limão doce(como o conhecemos).Sabemos muito pouco sobre este fruto delicioso e raro e infelismente a árvore esta doente e morrendo, e estamos com dificuldade de obter mudas. Mais realmente é ótimo ver a cara das pessoas quando oferecemos um limão doce!
Rédigé par : Isabela | 26/03/2012 à 15:38